Viagens e Passeios: Represa de Nazaré Paulista - SP
Penélope e Gaspar: uma bela dupla!
Era mais um sábado chuvoso em Atibaia – SP, nossa nova morada (e, por conseguinte, da
Penélope). Acordamos cedo, a Ma e eu, e saímos cada um para resolver as
pendências dos respectivos serviços.
Mesmo sob chuva, a maravilhosa cidade não perde o seu
charme, tornando estes afazeres profissionais ainda mais agradável. É impressionante
como aprendi, tão rapidamente, a gostar muito de Atibaia! Aqui, os trabalhos se tornam passeios e, mesmo
sob um clima em tese indesejado, poderia passar o restante do fim de semana no
cumprimento desta missão que, ainda assim, estaria feliz e me divertindo.
Devaneios a parte, finalizadas as obrigações, já no período vespertino, seria
hora de brincar de verdade, algo que não fazíamos há algum tempo: os novos amigos Artur e o Fusca Gaspar (conhecidosnuma ocasião passada) iriam nos encontrar para aproveitarmos a chuva e nos
enveredarmos por alguns dos milhares de belos caminhos da região. O objetivo,
desta vez, seria realizar um roteiro completo no entorno da represa de Nazaré
Paulista, seguindo para uma refeição no Hotel Pousada Fazendinha.
Saímos em um elemento de Besouros (conforme nomenclatura usual da
aviação de caça, onde dois aviões voam em formação cerrada) e seguimos, a partir da Fernão Dias, pela Rodovia Dom Pedro I,
sentido Jacareí, até a saída que dá acesso ao Bairro Parque das Águas, em
Nazaré Paulista. A partir de então, a estrada desligou-se do asfalto e o caminho
de terra que rodeava toda a represa passou a nos acompanhar, apresentando-nos toda a beleza do
lugar.
O cenário ostenta uma beleza natural apreciável, sendo que,
em dias de sol, esportes marítimos são bastante praticados na represa. A estrada de terra, apesar de um pouco lisa pela chuva do
dia (e dos anteriores), estava bem conservada e não impunha maiores dificuldades. Andamos bastante tempo, em velocidade reduzida, até
chegarmos ao ponto alto (até então) da brincadeira em se tratando de direção fora de
estrada: uma descida longa, íngreme e bem lisa, já um pouco castigada por outros
veículos que subiram pelo sentido inverso.
Eu sabia, pelo mapa, que existiria uma ponte ao fim dessa
descida, permitindo-nos cruzar a represa e chegarmos ao restaurante da Pousada
supracitada. Todavia, desconhecia o estado da ponte e, portanto, não sabia se a
travessia seria possível e segura. Também tinha minhas dúvidas acerca da
possibilidade de retornarmos caso necessário, já que a subida de volta seria
complicada pela aparente insuficiente aderência. Considerando-se que estávamos em duas viaturas, acabamos entendendo ser viável seguir em frente.
Ao fim da descida, encontramos a ponte, cujo estado de
conservação era muito bom. Assim, seguimos em frente e, poucos quilômetros
depois, chegamos na Fazendinha.
Pelo adiantado da hora, e também pelas condições climáticas
(afinal, não é todo mundo que gosta de se aventurar no meio do mato sob chuva),
a mesa de comidas já estava sendo retirada, apresentando poucas opções.
Independentemente disso, o pessoal do restaurante foi muito bacana e completou
a panela de arroz e fritou os bifes na hora para nós (interessante que eles
empregam como frigideira padrão para a fritura dos bifes aquelas panelas feitas de "prato" de arado de implemento de trator; diga-se de passagem, as melhores grelhas que existem!). O valor do
self-service estava na casa dos R$ 35,90 / kg, o que julgo ser satisfatório em
termos de custo-benefício.
Depois de abastecermos todos os tripulantes, foi hora de
iniciarmos o caminho de volta, onde teríamos os tão aguardados desafios do
fora-de-estrada.
Pelo fato de o Fusca Gaspar estar calçado com pneus
originais, sugeri ao Artur que fosse na frente, de modo que a Penélope, calçada
em “sapatinhos” do tipo militar, poderia prestar apoio em alguma eventualidade.
A primeira subida do regresso era aquela longa descida da vinda, com trechos
íngremes e bastante lisa, a qual tive dúvidas que seríamos capazes de subir. Mas, de modo impressionante, e comprovando uma vez mais a
absurda capacidade dos VW Sedan de transitar por estradas de terra, o Artur
logrou êxito em sua investida, logo de primeira tentativa, atingindo o topo da
subida, cruzando, inclusive, com uma belíssima Land Rover Defender que estava
descendo (quando, provavelmente, o amigo jipeiro tentou entender o que faziam
dois malucos de Fuscas naquele lugar, naquelas condições). A Ma, eu e a Penélope subimos na sequência, com ainda mais
facilidade, devido aos ótimos pneus militares.
Felizes por termos superado este obstáculo, o qual,
confesso, pensei (e até mesmo torci) que seria mais complicado, seguimos o
caminho inverso margeando novamente a represa.
Já perto de chegarmos no asfalto, uma daquelas surpresas
bacanas que o off-road nos proporciona: o Artur, depois de vencer com relativa
facilidade a primeira subida, acabou relaxando e não subiu uma outra, menos
desafiadora. Precisou voltar de ré. E, com um simples “bizu”, ultrapassou o ponto de
dificuldade sem maiores traumas. Nesse ponto, aproveitei para conferir a tração
dos pneus militares e iniciei a subida lentamente. A Penélope conseguia obter
tração mesmo no chão liso e, em dado instante, comecei a bombear o acelerador.
Esta técnica permite maximizar a tração e, desta forma, nossa Fusquinha começou
a acelerar bastante, mesmo a subida íngreme e bastante lisa! Não raro, mesmo
acostumado, impressiona-me a capacidade de tração em pisos ruins dos nossos brinquedos...
Finalizado o passeio, paramos em um posto para conversar um
pouco e de lá seguimos para a nossa casa. O Artur e o seu valente Gaspar, por
sua vez, ainda teriam de voltar a São Paulo (nada de anormal para uma dupla que
roda o Brasil inteiro em fantásticas viagens!).
Mas a maior surpresa do dia ainda estava por vir...
À noite, “fuçando” no Facebook do grupo Cobras Jipeiros de
Atibaia, vi que eles haviam feito o mesmo roteiro que nós (provavelmente um
pouco antes, o que explicaria as marcas de pneus naquela descida perto da
ponte).
Mas algo me deixou pasmo: aquela mesma subida que deu um pouco
de trabalho aos nossos Fusquinhas foi capaz de deter dois Trollers que
precisaram de apoio dos outros 4x4! Obviamente estes monstros do off-road não
estavam equipados com pneus apropriados, mas, de qualquer maneira, não deixa de
ser um registro interessante e que enche de orgulho a todos nós proprietários dos
Volkswagen!
Nesse momento, faço uma pausa para deixar bem claro que o
objetivo deste relato não é maximizar a rivalidade entre trilheiros 4x4 e 4x2,
até porque, sejamos francos, é totalmente inviável e inconcebível comprar um
Fusca com um Troller, que é um dos mais robustos e valentes jipes legítimos que
existem (existem erosões e atoleiros pelos quais os jipes passam que certamente
cobririam por completo um carro de passeio normal).
O baixo peso dos Besouros, contudo, permite alguns
desempenhos surpreendentes em situações específicas, e, sem dúvida alguma,
longas subidas lisas é uma delas!
Afinal de contas, não é por acaso que todas as cidadezinhas do interior mineiro, onde predominam relevos e estradas de chão, possuem muitos exemplares de Fuscas trafegando por suas ruas até hoje...
Nos vemos na estrada!
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Já tive a oportunidade de andar por essas bandas abordo do meu primeiro jeep, um Willys 1957. Melhor uma chuvinha boa a uma estrada toda empoeirada né. Troller precisando de forcinha para subir? E Fusca subiu de boa? Então cabe aqui um CHUPAAA Fernando kkk (alguns irão entender).
ResponderExcluirBelo relato, meu amigo! Eu e a viatura aguardamos ansiosos sermos convocados para uma nova "missão"!
ResponderExcluirOlá, Rodrigo! Parabéns pelo blogue! Gostaria de te enviar um email, pode me passar o endereço?
ResponderExcluirComprei meu primeiro Fusca ontem, 22/09. É meio sucatinha, mas a mecânica está boa e certamente me trará muitas alegrias.
ResponderExcluir